sábado, 12 de dezembro de 2009

UMA EXPERIÊNCIA

Em 2008, li o livro "O homem que calculava" (Malba Tahan) para duas turmas de 8ª série. De cada aula tirava 10min para ler um capítulo, a leitura era feita por mim ou por um aluno. No início, só eu lia, mas depois, os alunos disputavam a leitura, fizeram até uma escala de leitura. A experiência que quero contar foi muito emocionante e decisiva para a minha prática pedagógica. -Estava lendo o capítulo 10, que entre outras coisas, fala de um viveiro de pássaros raros e valiosos de um homem muito rico. Um parente desse homem desafia Beremiz a dizer quantos pássaros haviam no viveiro, Beremiz pede para soltar 3 pássaros, e há toda uma explicação matemática para tal pedido, até que chega à parte mais emocionante e impressionante do capítulo: a explicação ética, religiosa, romântica e humana, que alguém poderia dar. O impácto foi tão grande, que o homem rico exclamou: "Soltem os pássaros!". Neste dia não deu tempo para fazer nenhum comentário da leitura, era 6ªfeira e voltaría a dar aula para eles na 3ª feira. Quando cheguei na terça, um aluno, de 15 anos, veio até mim e disse: "soltei meu passarinho!". Meu coração disparou, meus olhos encheram de lágrimas, me levantei e dei um abraço nele. Estávamos emocionados!. Comuniquei à turma o que ele fez e todos o aplaudiram. Não podemos ficar de braços cruzados reclamando do sistema, do salário, do governo ou dos marcianos. Nós podemos fazer algo! Não é só conta, regras, algorítmos. É vida também! Este episódio me estimulou a continuar na luta pela excelência, pela mudança, pela educação que forma, que quebra barreiras, que LIBERTA.

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